A
comunicação entre as pessoas transcende os limites do mundo físico. Ela ocorre,
muitas vezes, primeiramente no plano astral, ou seja, é uma realidade
espiritual antes mesmo de ser concretizada no plano material.
Ao pensar em alguém, por exemplo, evocamos na memória não
apenas a imagem que temos dessa pessoa, mas também vem à tona nossa memória
emocional em relação a ela. Se tivermos uma terrível discussão com alguém, e
tempos depois ainda sentirmos uma certa mágoa ou raiva, ao lembrarmos dessa
pessoa a raiva virá novamente à “superfície” do nosso campo emocional,
repercutindo em nossa aura e em nosso corpo físico.
Mas, o processo não para por aí. Nossa emoção também atinge a
pessoa pela qual sentimos raiva. Este processo ainda não está muito claro para
nós. Muitos já tentaram explicar como isso ocorre, inclusive Kardec, mas ainda
não temos certeza de como o fenômeno realmente acontece. O que é fato é que uma
forte emoção (que é ação, movimento) aliada ao pensamento (que direciona) tem a
capacidade de imprimir seu próprio padrão no alvo ao qual foi direcionada. A
pessoa, então, poderá ter algumas sensações desagradáveis ou, simplesmente, se
lembrar “do nada”da discussão que teve conosco. Isso ocorre espontaneamente, na
maioria das vezes sem que percebamos.
Mas
a comunicação entre as pessoas, pelo pensamento, também pode ocorrer de forma
consciente, provocada, sem que precise entrar algum tipo de forte emoção: basta
o pensamento, a vontade, a concentração e uma sensibilidade mais apurada. Isso
já foi amplamente testado em pesquisas científicas. Procure ler obras a
respeito para ampliar seu conhecimento do assunto e chegar às suas próprias
conclusões. Procure testar com alguém!
Kardec
também procurou explicar como tudo isso ocorre. Vale a pena ler o livro Obras Póstumas para
entender melhor. Finalizo reproduzindo, a seguir, um trecho:
“Sendo
os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre aqueles como o som atua
sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se,
pois, dizer, com verdade, que há ondas nos fluidos e radiações de pensamento,
que se cruzam sem se confundirem, como há, no ar, ondas e radiações sonoras.
Ainda mais; criando
imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico
como num espelho, ou, então, como essas imagens de objetos terrestres que se
refletem nos vapores do ar tomando aí um corpo e, de certo modo,
fotografando-se. Se um homem, por exemplo, tiver a ideia de matar alguém,
embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluidico é acionado
por essa ideia e a reproduz com todos os matizes. Ele executa fluidicamente o
gesto, o ato que o indivíduo premeditou.
Seu
pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como num
quadro, tal qual lhe está na mente.
É,
assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluidico.
É assim que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é
perceptível aos olhos corporais. Estes veem as impressões interiores que se
refletem nos traços fisionômicos: a cólera, a alegria, a tristeza; a alma,
porém, vê nos traços da alma os pensamentos que não se exteriorizam.”
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