quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Dia de Finados na visão espírita

O Dia de Finados na visão espírita
A origem do dia de Finados nos
leva ao ano de 998, há mais de 1.000
anos, quando o abade da Ordem dos
Beneditinos em Cluny, França, instituiu
em todos os mosteiros da Ordem
naquele país a comemoração
dos mortos, a 2 de novembro, culto
que a Santa Sé aplaudiu e oficializou
para todo o Ocidente.
Será que os “mortos” ficam sensibilizados
ao nos lembrarmos deles?
O Espiritismo afirma-nos que
sim. Eles ficam contentes e sensibilizados
com a lembrança dos
seus nomes. Se são felizes, essa
lembrança aumenta sua felicidade;
se são infelizes, isso constitui
para eles um alívio.
No dia consagrado aos mortos,
eles atendem ao apelo do pensamento
dos que buscam orar sobre
seus despojos, como em qualquer
outra ocasião. Nessa data, os
cemitérios ficam repletos de Es-
Finados Juquinha
Cornélio Pires
Noite alta..... Por fora de um telheiro,
O pequeno Juquinha
morre ao vento...
Enjeitado e sozinho... Está sedento,
Nas aflições do instante derradeiro.
Lembra os dias de humilde jornaleiro,
Pensa vender notícias ao relento,
Geme e delira, olhando o firmamento.
Nisso, aparece
um jovem no terreiro...
Vem de manso e convida:
– “Vem, Juquinha!...”
O pobre larga o corpo
a que se aninha...
– “Quem é você?” – pergunta,
ri-se e chora!...
– “Sou Jesus!...” – diz o moço,
ao dar-lhe o braço...
E os dois sobem na luz
do imenso espaço,
Numa estrada de lírios
cor de aurora!...
(Extraído do livro “Poetas
Redivivos”, psicografado por
Francisco Cândido Xavier.)
José Brasil
Festa no cemitério!
Hoje é dia de Finados!
Levam flores, levam velas, castiçais
e jarros lindos, delicados.
Muitos, de preto vestidos,
outros, de branco também,
arrumam as flores,
acendem as velas, rezam terço...
padre-nosso, ave-maria...
dizem: Amém.
Quantas sombras tristes vagam
em torno das lousas frias,
sem notar a beleza da luz das velas,
nem sentir o poder dos terços
padre-nossos...
ave-marias...
Hoje é dia de festa no cemitério!
hoje é dia de Finados!
E que adiantam as flores,
velas, jarros, castiçais
na festa do cemitério
neste dia de Finados?
Pra que cantos funerários,
se os que partiram
– partiram –
não estão aí plantados,
não necessitam de flores,
velas... cantos funerários?
(Extraído do livro “Velório –
Reflexões Espíritas”, de autores
diversos.)
Causas do temor da morte
No livro “Temas da Vida e da
Morte”, psicografado por Divaldo P.
Franco, Manoel Philomeno de
Miranda explica que o temor da morte
resulta de vários fatores inerentes
à natureza humana e à sua existência
corporal.
Entre eles destacam-se: a) o instinto
de conservação da vida, que lhe
constitui força preventiva contra a
intemperança, a precipitação e o suicídio,
que são, no entanto,
desconsiderados nos momentos de
superlativo desgosto, revolta ou desespero;
b) a predominância da natureza
animal, que nos Espíritos inferiores
comanda as suas aspirações,
tendências e necessidades; c) o temporário
olvido da vida espiritual de
onde procede; d) o conteúdo religioso
das doutrinas ortodoxas, que oferecem
uma visão distorcida e prejudicial
do que sucede após a ruptura
dos laços materiais; e) o receio de
aniquilamento da vida, por falta de
informações corretas a respeito do
futuro da alma e daquilo que lhe está
destinado.
Programado o corpo para servir
de instrumento para o progresso do
Espírito, através de cujo cometimento
desenvolve todas as aptidões e
valores que nele jazem latentes, o
píritos, mais do que em outros dias,
porque evidentemente há em tais
ocasiões um número maior de pessoas
que os chamam. É um erro,
contudo, pensar que é a multidão de
curiosos que os atrai ao campo santo;
cada um ali comparece por causa
de seus amigos e não pela reunião
dos indiferentes que, muitas
vezes, visitam os cemitérios como
maneira de passar o tempo. O
túmulo de Kardec, no cemitério
Père-Lachaise de Paris (foto), é
um dos que atraem turistas de todo
o mundo, espíritas e não-espíritas.
Não é, porém, indispensável
comparecer ao cemitério para homenagear
o ente querido que partiu.
A visita ao túmulo é um modo
de manifestar que se pensa no Espírito
ausente – serve de imagem,
mas é a prece que santifica o ato
de lembrar, pouco importando o
lugar, se ela é ditada pelo coração.
Este jornal, como já procedeu
no ano passado, dedica esta página
aos nossos “mortos” queridos,
oferecendo ao leitor os textos ao
lado que buscam esclarecer como
o Espiritismo vê o fenômeno da
morte e o descreve.

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