quinta-feira, 27 de setembro de 2012

BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS.

MUITO LINDA MÚSICA, OUVIDA COM O CORAÇÃO ABERTO, NOS LEVA AO ÊXTASI ESPIRITUAL.

PARA MUITOS SERVE, MAS POUCOS COMPREENDEM PERGUNTA 385 DO LIVRO DOS ESPÍRITOS. " DA INFÂNCIA "

385- De onde vem a mudança que se opera no caráter em uma determinada idade e particularmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica?
– É o Espírito que retoma sua natureza e se mostra como era. Vós não conheceis o segredo que escondem as crianças em sua inocência, não sabeis o que são, o que foram, o que serão e, entretanto, as amais, lhes quereis bem, como se fossem uma parte de vós mesmos, a tal ponto que o amor de uma mãe por seus filhos é considerado o maior amor que um ser possa ter por outro. De onde vem essa doce afeição, essa terna benevolência que até mesmo estranhos sentem por uma criança? Vós sabeis? Não; é isso que vou explicar.
As crianças são os seres que Deus envia em novas existências e, para não lhes impor uma severidade muito grande, lhes dá todo o toque de inocência. Mesmo para uma criança de natureza má suas faltas são cobertas com a não-consciência de seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre o que eram antes; não, é a imagem do que deveriam ser e se não o são é somente sobre elas que recai a pena.
Mas, não é apenas por elas que Deus lhes dá esse aspecto, é também e principalmente por seus pais, cujo amor é necessário para sua fraqueza. Esse amor seria notoriamente enfraquecido frente a um caráter impertinente e rude, ao passo que, ao acreditar que seus filhos são bons e dóceis, lhes dão toda a afeição e os rodeiam com os mais atenciosos cuidados. Mas quando os filhos não têm mais necessidade dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dada durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda sua nudez: conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas sempre sobressaem as características que estavam ocultas na primeira infância.
Vedes que os caminhos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, a explicação é fácil de ser concebida.
De fato, imaginai que o Espírito das crianças pode vir de um mundo em que adquiriu hábitos totalmente diferentes; como gostaríeis que vivesse entre vós esse novo ser que vem com paixões completamente diferentes das vossas, com inclinações, gostos inteiramente opostos aos vossos? Como deveria se incorporar e alinhar-se entre vós de outra forma senão por aquela que Deus quis, ou seja, pelo crivo da infância? Aí se confundem todos os pensamentos, os caracteres e as variedades de seres gerados por essa multidão de mundos nos quais crescem as criaturas. E vós mesmos, ao desencarnar, vos encontrareis numa espécie de infância entre novos irmãos; e nessa nova existência não-terrestre ignorareis os hábitos, os costumes, as relações desse mundo novo para vós; manejareis com dificuldade uma língua que não estais habituados a falar, língua mais viva do que é hoje o vosso pensamento. (Veja, nesta obra, a questão 319.)
A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos apenas entram na vida corporal para se aperfeiçoar e melhorar; a fraqueza da idade infantil os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É então que podem reformar seu caráter e reprimir suas más tendências; este é o dever que Deus confiou a seus pais, missão sagrada pela qual terão de responder. Por isso a infância não é somente útil, necessária, indispensável, mas é ainda a conseqüência natural das Leis que Deus estabeleceu e que regem o universo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O "obsesssor" do bar - Experiência fora do corpo


Anos atrás, quando eu era mais jovem, costumava ir a um bar noturno para ouvir o pessoal tocar blues e rock. Fiz amizade com os músicos e comecei aprender a tocar gaita 
e cantar blues. Foi uma forma de diversão e expressão artística que vivenciei por poucos meses, mas com bastante intensidade durante essa época da minha vida. Quase todas as noites, de tanto tentar cantar e tocar blues, ao fechar os olhos, deitado em minha cama, começava a escutar melodias maravilhosas. Foi uma época legal, de muita criatividade, mas também de alguns desequilíbrios. Infelizmente, naquele ambiente, o excesso de emanações alcoólicas, de fumaça de cigarro, além da presença, nos “bastidores”, de certas drogas, demonstrava que a atmosfera psico-espiritual era bastante perturbadora. Isso não significa que o rock, o blues ou o barzinho, tão freqüentado por jovens, sejam sinônimos de desequilíbrio. Mas naquele caso, era.

Certa noite, já de madrugada, me vi projetado fora do corpo na porta do bar e logo percebi o que estava ocorrendo. Próximo à entrada havia um grupo de espíritos, alguns desencarnados e outros temporariamente projetados fora do corpo, como eu. Fui me aproximando e, então, vi um espírito, com a aparência de uns vinte e cinco anos, que me chamou a atenção. Ele tinha barba e óculos. Talvez inspirado por algum dos meus amparadores espirituais, cheguei perto dele. Quando ele me viu, fui logo reclamando: - Você é um espírito obsessor! Está me perturbando! 

Ele continuou na dele, sem dizer nada, apenas me encarando. Então continuei: 

- Por que você faz isso? Por que está fazendo a turma beber até “encher a cara”? 

Para meu espanto, ele me respondeu com a maior naturalidade: 

- Pare de ser hipócrita! Não sou eu que faço o pessoal beber e fumar! Eles bebem e fumam porque querem, eu apenas “curto” junto... dou uma forcinha! 

Foi aí que “caiu a ficha” e percebi o quanto eu estava sendo infantil. É claro que todos somos responsáveis pelos nossos atos, não podemos responsabilizar os outros por isso. Temos que parar com esse “papo” de espírito obsessor. Então perguntei: 

- E como você faz isso? 

- É simples! Quando alguém fuma, por exemplo, chego bem pertinho da pessoa, quase abraçando-a, e aspiro a fumaça ao mesmo tempo. 

Enquanto explicava, foi demonstrando. A impressão que tive, quando ele aspirou a fumaça, é que o perispírito dele se justapôs ao de um jovem que tragava um cigarro naquele momento, quase que “colando” nele. 

Após esta curta conversa, voltei ao corpo físico e despertei. Rememorei bem o que ocorreu para não esquecer mais e, após uma prece de agradecimento pela lição recebida, adormeci. 

Dias após este fato, parei de frequentar este bar. Ele mudou muito, não está como antes, mas a lição que aprendi me marcou profundamente. 

Quantas vezes, numa atitude imatura, culpamos os outros pelos nossos fracassos? Quantos de nós não criamos obsessores imaginários para os responsabilizarmos por nossos vícios? Quando se fala em obsessor, logo vem à mente a imagem de um ser diabólico, malvado. Aquele espírito, que não era exatamente um obsessor, mas um coparticipante dos desequilíbrios alheios, era muito inteligente e culto. Um artista e intelectual, só que desencarnado. Precisamos nos libertar dos preconceitos e perceber que um espírito só pode nos induzir com sucesso a fazermos algo se dermos abertura mental, ou seja, se o “mal” já existe dentro de nós. Só assim amadureceremos e assumiremos a direção do barco da nossa vida, não permitindo que ele afunde nos momentos de tempestade. 


Por Victor Rebelo

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CANDIDATO A REDENÇÃO

Integrado nos fluidos comburentes a se lhe derramarem da própria alma, o Espírito desditoso, com sede de esquecimento no corpo de carne, pedia em pranto:

- Senhor, por piedade, concedei-me a graça de renascer no planeta físico! Percebo agora a extensão de meus débitos e a enormidade de meus crimes! Feri vossa Lei, espalhando miséria e destruição!... E sofro, Senhor, por desleixo meu, o resultado de minha imprevidência delituosa! Trago em minhas entranhas o inferno que acendi em mim mesmo!...Ó Benfeitor da Eternidade, conduzi-me, de novo, à escola da Terra, a fim de que eu possa, por algum tempo, olvidar minhas horrendas feridas...Dai-me o câncer, a lepra ou outra enfermidade, Senhor, em cuja virulência bendita expungirei de meu ser o veneno da culpa! Encarcerai-me num corpo paralítico em cuja armadura ressecada eu consiga olvidar o pretérito, regenerando os meus infelizes pensamentos! Entregai-me às provas da idiotia, em que me redima, detende meu Espírito arrependido num leito de chagas terrestres em cujos tormentos acrisole o coração entenebrecido no desespero! Dai-me o aleijão, a cegueira, a epilepsia, a forma torturada, a fome e a nudez, mas ajudai-me a renascer no mundo com a graça do esquecimento!...

Nisso, quando mais comoventes se lhe faziam as lágrimas, comparece junto dele benemérito Amigo Espiritual, que lhe diz, bondoso:

- Acalma-te, meu irmão! Tuas súplicas foram ouvidas! A Divina Bondade conferir-te-á nova bênção no campo dos homens... Não precisarás, porém, recorrer à morféia, à imobilidade, ao pênfigo ou à mutilação para o resgate das tuas dívidas... Afirma-nos o Senhor: -“misericórdia quero, não sacrifício...” Voltarás ao mundo em berço acolhedor e servirás ao Espiritismo, com Jesus, na condição de médium amigo da redenção... Aprenderás que o amor cobre a multidão de nossos pecados e afeiçoar-te-ás ao bem de todos, buscando no bem de todos a luz de teu próprio bem!...

Enlevado com a promessa, o mísero brandou, esperançoso e desafogado:

- Louvada seja a Bondade Infinita de Deus!

- Oh! sim, cultivarei o serviço aos meus semelhantes na concessão com que o Céu me agracia! Saberei usar a benevolência em todos os lances da luta! Abraçarei os humildes e compreenderei os orgulhosos para ajudá-los com amor! Tolerarei sem revolta flagelações e calúnias, consagrar-me-ei ao desprendimento das posses materiais! Respirarei na Terra, mentalizando a Compaixão Celeste para saber auxiliar sem recompensa e entender sem exigir! Sim! Serei médium e sofrerei amando, como Jesus nos amou!...

Recolhido a grande hospital de socorro, a breve tempo conseguia habilitar-se para o novo renascimento.

Mergulhado em rendas de ilimitado carinho, ressurgiu num corpo abençoado e perfeito, em lar simples e generoso que o acariciou com alegrias puras, qual santuário que o preparasse na direção de uma festa de luz.

Foi assim que, alcançando a maioridade corpórea, o candidato ao serviço do bem foi conduzido naturalmente à província de trabalho em que lhe competia a execução dos votos que formulara.

Entretanto, ao contacto inicial com as bênçãos da tarefa, sentiu que a dúvida e a irritação lhe visitavam o campo íntimo.

Em toda parte, surpreendia incompreensão e discórdia, censura e suspeita constantes...

Amedrontado perante a luta que se esboçava feroz, pediu, certa feita, numa sessão de fraternidade e intercâmbio, a orientação do Benfeitor Espiritual que o ajudava no templo espírita em que se lhe sediavam as esperanças primeiras, e, tão logo saudado pelo Instrutor, rogou compungidamente:

- Que fazer, meu amigo, diante das sombras que me entravam os movimentos?
- Perdoa e ajuda, meu filho – respondeu-lhe o mensageiro benevolente.

- E quando alguém me crive de calúnia e maldade?
- Ajuda e perdoa para que a luz do entendimento se faça vitoriosa.

- E a desconfiança? como agir perante as criaturas que me experimentam com aspereza e sarcasmo?
- Perdoa e ajuda, aguardando o tempo.

- E as pessoas cruéis que me procuram, tocadas de más intenções, à maneira do animal que se sacia nas águas de um poço, agitando o lodo que lhe dorme no seio?
- Ajuda e perdoa para que se renovem um dia...

-Sofro com as mistificações que, por vezes, me assaltam... Como proceder diante daqueles que me ensombram a inspiração, compelindo-me ao desencanto?
- Perdoa e ajuda sem repousar, recebendo em tais lições do caminho o justo apelo à tua construção de humildade... De quando em quando, a mistificação auxiliar-te-á a entender que os talentos do Alto não te pertencem, ensinando-te o respeito ante a Bondade Celestial.

- Vejo-me cercado pela exigência daqueles que me interpretam à conta de malfeitor, solicitando-me as horas para o resvaladouro do crime...Como tratá-los na rota de minha fé?
- Perdoa e ajuda sempre.

- Mas de que modo agir com ignorantes e ingratos, com as raposas da astúcia e com os lobos da crueldade que pretendem senhorear minhas forças?
- Ajuda e perdoa constantemente.

- Ainda mesmo quando não me desculpem as fraquezas e não me auxiliem na solução das próprias necessidades?
- Sim, meu filho – acentuou o benfeitor -, é imprescindível ajudar e perdoar sem descanso.

Levantou-se o consulente para a despedida, e após o encerramento da reunião, com fervorosa prece, o candidato à mediunidade que pedira o câncer e a lepra, a cegueira e a mutilação, a paralisia e o infortúnio, para ressarcir o passado delituoso, retirou-se da casa e ninguém mais o viu.


pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos Desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Retrato de Mãe



Depois de muito tempo,
Sobre os quadros sombrios do calvário,
Judas, cego no Além, errava. solitário...
 

Era triste a paisagem
O céu era nevoento..
 

Cansado de remorso e sofrimento,
sentara-se a chorar...
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que, em oração, ela lhe diz:
-Meu filho, por que choras?


Acaso, não sabeis? - replica o interpelado,
Claramente agressivo,
Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar,sem amor e sem fé...
Não ouviste falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do senhor...
A principio, julguei
Poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus
Sacrifício, martírio,sangue e cruz,
E em flagelo e aflição
Eis que a minha vida agora se reduz...
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim...
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita,
Nunca penetrareis minha dor infinita...
O assunto que lastimo é unicamente meu...
 

No entanto, a dama calma respondeu:
-Meu filho, sei que sofres, sei que lutas,
Sei a dor que te causa o remorso que escutas,
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte...
E acrescentou serena:
- A Bondade do Céu jamais condena;
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado
Sofre com paciência a dor e a prova;
Terás em breve, uma existência nova...
Não te sintas sozinho ou desprezado.
 

Judas interrompeu-a e bradou rude e pasmo:
-Mãe ? Não me venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira,
Fui procurar consolo e força de viver
Ao pé da pobre mãe que me forjara o ser !...
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos,
Mas teve medo de meus sofrimentos.
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal,
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal;
Intimou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal, de onde, por certo, eu vinha...
Ah! detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha...
Não me faleis de mães, não me faleis de amor...
Sou apenas um monstro sofredor..
 

-Inda assim- disse a dama docemente-
Por mais que me recuses, não me altero;
Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo `a Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança.
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...


E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou ;- quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina Mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!...


No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.

Maria Dolores

OS PAIS IDOSOS


Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho.
Plena de emoções, por vezes angustiante, ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.
Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça.
Basta vê-los para que o coração se alargue em riso e cor. Um sorriso é capaz de abrir as portas de um paraíso.
Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem.
Mas os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da matriz.
O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem. Envelhecemos. E então algo começa a mudar.
Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes. Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas.
Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância e isso é uma dor imensa para os pais.
Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebe as mínimas faíscas no olho de um filho.
É quando pais idosos, dizem para si mesmos: Que fiz eu? Por que o encanto acabou? Por que meu filho já não me tem como seu herói particular?
Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida.
Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mas impertinente. Praticamente não ouvem mais os conselhos.
A cada dia demonstram mais impaciência. Acham que os pais têm opiniões superadas, antigas.
Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as velhas músicas. E tentam fazer os velhos pais se adaptarem aos novos tempos, aos novos costumes.
Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o controle. Quando eles estão bem idosos, já não decidem o que querem fazer ou o que desejam comer e beber. Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo diferente.
Passeios, comida, roupas, médicos - tudo passa a ser decidido pelos filhos.
E, no entanto, os pais estão apenas idosos. Mas continuam em plena posse da mente. Por que então desrespeitá-los?
Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem discernimento?
Sim, é o que a maioria dos filhos faz. Dá ordens aos pais, trata-os como se não tivessem opinião ou capacidade de decisão.
E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há tanto amor. Naquelas mãos trêmulas, há sempre um gesto que abençoa, acaricia.
*   *   *
A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da separação. Um dia, o velho pai já não estará aqui.
O cheiro familiar da mãe estará ausente. As  roupas favoritas para sempre dobradas sobre a cama, os chinelos em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos. Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles, ouça as histórias (mesmo que sejam repetidas) e dê-lhes atenção, afeto...
Acredite: dentro daquele velho coração brotarão todas as flores da esperança e da alegria.
 Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v.13, ed. Fep.
Em 10.07.2009.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

TATO DE MÃE!!!!


Um menino, com um breve poeminha à mão, entrou correndo pela porta do quarto dos pais, ansioso para que o lessem.
Encontrou os pais numa discussão acirrada a respeito de um tema que desconhecia.
À maneira que só as crianças conseguem fazer, ficou ali, ao lado, quase invisível, tentando ser escutado.
Pai, mãe, olha o que escrevi!
Repetiu esse acalanto algumas vezes, falando cada vez mais alto, tornando a balbúrdia no aposento quase insuportável.
Ninguém se entendia e todos queriam ser ouvidos.
Repentinamente, o pai, já sem paciência, tomou a folha de papel das mãos do filho, amassou com força e disse: Já não expliquei que agora não posso!?
Atirou o papelote na lixeira mais próxima, o que deixou o filho sem chão e repleto de lágrimas.
Mais tarde, a mãe, que não havia ficado satisfeita com a cena presenciada e se enchia de compaixão, procurou o menino.
Ela carregava na mão esquerda uma folha de papel enrugada. Tinha a expressão emocionada e condoída.
Filho... Foi você quemescreveu este poema?
O menino, que ainda estava cabisbaixo, apenas acenou com a cabeça que sim.
Que coisa mais linda! Você é um poeta, meu filho! Você é um poeta! –E abraçou, carinhosamente, a criança.
A partir daquele diadiz a história desse menino, ele resolveu definitivamente ser poeta.
O relato é do próprio autor que conta que, se não fosse pela destreza e tato de sua mãe, possivelmente não se dedicaria à poesia.
Assim, graças à sensibilidade daquela mulher, o mundo pôde conhecer a arte e inspiração de Pablo Neruda.
*   *   *
O tato é essa capacidade que temos, ou não, de lidar com situações delicadas.
Saber dizer as coisas certas na hora certa. Saber calar. Saber abraçar e chorar junto.
Para se ter tato faz-se necessário desenvolver a empatia, essa capacidade sublime de colocar-se no sentimento do outro.
A amorosidade também faz parte da conquista do tato, pois tudo aquilo que é dito com amor, com carinho, tem muito mais chance de ser bem recebido pelo outro.
Ficamos a pensar quantos Neruda deixamos de conhecer no mundo, pela simples falta de tato de pais e educadores, que não promoveram o incentivo necessário ou que simplesmente abafaram, silenciaram talentos tão importantes.
Assim, olhemos nossas crianças com atenção. Operemos sempre com muito tato, psicologia, em tudo que façamos, falemos ou deixemos de falar a eles.
Nem sempre serão grandes talentos ou gênios.
Porém, um incentivo aqui, um elogio ali são os responsáveis primeiros pela formação de uma boa autoestima.
Tratemos o lar como a terra que necessita estar sempre fértil, preparada para receber as mudas da filiação bendita, que Deus nos dá como presente e responsabilidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 27.08.2012.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PAPAI NÃO MORREU!!



Aquele fora um dia diferente...
A tarde caía rápida e fria e o vento na folhagem amarelada anunciava que a chegada do inverno estava próxima.
Mateus era um garoto de dez anos e se acostumara às alegrias descontraídas de sua pequena família, composta pelos pais e uma irmã mais nova que com ele compartilhava das brincadeiras infantis.
Mas a vida nem sempre nos reserva surpresas agradáveis. Era isso que Mateus descobrira naquele dia em que contemplava o corpo do pai, a quem tanto amava, estendido num caixão sobre a mesa.
Todos enxugavam o pranto, mas ele tinha nos olhos grossas lágrimas que se recusavam a cair.
Nunca havia experimentado um sentimento igual. Era como se algo dentro do seu coraçãozinho tivesse se partido em mil pedaços.
O enterro foi consumado...
A vida deveria seguir seu curso, mas em seu lar faltava alguém. Faltava a figura respeitável do pai amado.
Sobrava um lugar à mesa. Sobrava o pedaço de frango predileto do papai. O pudim se demorava na geladeira.
E Mateus pensava em como suportaria tanta amargura e saudade.
No entanto, a volta às aulas, às brincadeiras com a irmã, os piqueniques, as tardes no parque trouxeram novo alento ao seu coração juvenil.
Um dia, a visita de uma amiga da família trouxe de volta as lembranças tristes.
A mãe falava da falta que sentia do companheiro. Dizia que a saudade a acompanhava de perto e que era difícil a vida, depois que o marido morrera.
E Mateus que, não muito longe, escutava a conversa das amigas, aproximou-se e disse com a segurança de quem tem certeza:
 Mamãe, você disse que o papai morreu, mas eu asseguro que isso não é verdade.
A mãe olhou-o com ternura e desejando consolá-lo, disse:
Sim filho, o papai vive, além da cortina que nos separa dele momentaneamente.
Não, mamãe! O papai vive e viverá para sempre. Ele vive em mim, através de tudo o que me ensinou...
Quando sou obediente, eu o sinto em minha intimidade porque foi ele quem me ensinou a obedecer.
Quando sou honesto, lembro-me das muitas vezes que ele enalteceu a honestidade.
Quando perdoo meus amigos, quase o ouço dizer: "Filho, quem perdoa não adoece porque não guarda o lixo da mágoa na intimidade."
Quando sinto que a inveja deseja instalar-se em minha alma, lembro-me de ter ouvido de seus lábios: "A inveja é um ácido corrosivo que prejudica quem a alimenta."
E quando, por fim, meu coração se enche de saudade e penso que não mais a suportarei, uma suave brisa perpassa meu ser e ouço sua voz falando baixinho: "Filho, eu estou ao seu lado, não duvide."
E é assim, mãezinha, que eu sei que papai não morreu. Sinto que ele continua vivo, não somente atrás da cortina que temporariamente nos separa, mas também através da herança de amor que legou a todos nós.
*   *   *
Quem deseja plantar apenas por alguns dias, planta flores...
Quem deseja plantar para alguns anos ou séculos, planta árvores.
Mas quem quer plantar para a eternidade, planta ideias nobres nos corações daqueles a quem ama.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

AFINIDADES ESPIRITUAIS




Estamos permanentemente sob influências espirituais superiores ou inferiores.

Pensamentos que julgamos nossos são muitas vezes produtos da influenciação espiritual.
Essa realidade não nos anula o livre-arbítrio.
Nem todos os pensamentos, sejam os nossos, sejam os sugeridos, transforma-se em ações. As decisões são sempre nossas, dependem de nossa vontade, de nossa força interior.
Se seguimos sugest
ões inferiores é porque nos afinizamos com elas. Nossa é a responsabilidade por suas consequências.

Das esferas espirituais superiores fluem também os influxos que nos auxiliam, embora nem sempre os percebemos.
Todavia, boas sugestões, esforço na vontade de acertar, inspiração elevada, auxílios em geral não significam nunca que alguém nos substitua no que nos cabe fazer, sofrer, compreender.
Diante das leis divinas, cada qual carrega sua cruz.
A elevação dos pensamentos, a prece, a reta conduta, a fé, a confiança, a paciência são os canais através dos quais flui o auxílio do Plano Espiritual Superior.

AMIGOS


domingo, 16 de setembro de 2012

Física Quântica e Espiritismo I: Um Alerta!

Apesar dos fenômenos ao nível quântico revelarem uma realidade muito diferente da que estamos habituados, carecemos ainda de maiores pesquisas antes de afirmar que a Física Quântica está confirmando os princípios espiritualistas.
A Física Quântica tem sido considerada, no meio espírita, como em alguns grupos religiosos, como sendo aquela que vai confirmar a existência de Deus e do espírito. Nesta matéria, temos um ponto de vista mais cuidadoso do que é normalmente apresentado. De fato, os fenômenos ao nível quântico têm feito os cientistas se sentirem incomodados e perplexos já que eles mostram que na realidade os nossos cinco sentidos nos fazem crer numa verdade ilusória. Porém, isso não significa que a Física Quântica esteja admitindo a existência de “algo exterior” ou “além da matéria”, conforme proposto pelas doutrinas espiritualistas. O movimento espírita deve, portanto, ser cuidadoso ao divulgar idéias ligadas aos fenômenos espíritas e àquelas propostas pela Física.
Nesta matéria um importante alerta é feito: afirmativas como “o perispírito causa a flutuação do vácuo quântico”, “a Física Quântica prova a existência de Deus” e “o espaço-tempo negativo representa o mundo espiritual”. Estas afirmativas carecem de credibilidade tanto científica como espírita, porque não foram obtidas conforme critérios científicos e da Doutrina Espírita. Não se sabe como essas conclusões foram obtidas e que passos teóricos e experimentais foram seguidos para obtenção do resultado final. Para que uma afirmativa seja considerada científica, não basta que ela envolva um assunto científico e nem que o autor dessa afirmativa seja cientista. É preciso que seja apresentada uma explicação mais detalhada e doutrinariamente embasada.
Apesar das nobres intenções de nossos irmãos que divulgam essas idéias, elas podem trazer consequências negativas para o movimento espírita. Para entendermos melhor o enfoque do problema, citamos Kardec (ítem VII da Intro-dução de O Livro dos Espíritos): “Na ausência de fatos, a dúvida é a opinião do homem prudente”. Esta é a principal razão pela qual se deve tomar cuidado na divulgação de idéias e teorias espíritas que utilizem conceitos das outras ciências. Como os paradoxos da Física Quântica ainda não foram resolvidos pelos cientistas, é prudente esperarmos pelo desenvolvimento das pesquisas nesta área, de modo que possamos, como espíritas, nos posicionarmos melhor perante elas. Pelo simples fato de que nem todos os resultados experimentais da teoria quântica foram totalmente explicados, não autoriza ninguém a afirmar, por exemplo, que Deus ou o espírito é que estão por trás desses fenômenos. Esta atitude é equivocada, não-científica e, o que é pior, expõe o Espiritismo a críticas desnecessárias, afastando as pessoas que trabalham no meio científico e que conhecem bem o assunto.
Novas descobertas causam enormes revisões nos modelos teóricos existentes, demonstrando a fragilidade e o caráter efêmero das recentes teorias da Física. Recentemente tivemos a oportunidade de comentar a respeito desta fragilidade na Física, devido a uma importante descoberta na Física de partículas, e comparar com a solidez da Doutrina Espírita que passou incólume perante todos os descobrimentos do século XX. Esta solidez se dá justamente porque o Espiritismo é uma doutrina baseada em fatos experimentais.

SE EXISTE AMOR

Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.

Dalai Lama

ADOREI A FRASE MOSTRA EXATAMENTE AQUILO QUE ESTA FALTANDO NO CORAÇÃO DOS HOMENS, MAS COMO LIDAR COM UMA SOCIEDADE QUE VEM DE GERAÇÕES AMARGANDO INFELICIDADES E FALTA DE AMOR?
O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA MUDAR ESTA REALIDADE?

sábado, 15 de setembro de 2012

Inspiração do poeta

Conta-se que, num dia qualquer, o compositor Almir Sater estava em São Paulo para uma temporada. Em certo momento, desceu do seu apartamento para tomar um cafezinho num mercado ali perto.
Encontrou um amigo, que o convidou para experimentar uma viola que acabara de comprar. Enquanto tomavam café, Almir dedilhou a viola e soltou a voz:
Ando devagar... ao que o amigo emendou... porque já tive pressa.
Dizem que essa maravilha chamada Tocando em frente, ficou pronta em dez minutos. Um dia, alguém perguntou ao Almir como essa música fora feita e ele respondeu: Ela estava pronta. Deus apenas esperou que eu e o Renato nos encontrássemos para mostrá-la para nós.
Será verdade ou será mais uma dessas lendas que se inventam, a respeito de pessoas célebres e suas produções?
Lenda ou verdade, não importa. O que sabemos é que a inspiração existe e disso entendem muito bem os gênios de todos os matizes.
E a letra e música de Tocando em frente são uma joia rara.
Convidam-nos a parar em meio à correria, a viver com mais vagar, como a saborear cada momento.
Também nos recordam que, na vida, lágrimas e sorrisos se sucedem.
Assim dizem os versos:
Ando devagar porque já tive pressa.
E levo esse sorriso, porque já chorei demais.                                         
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe...
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei...
Há tanto para aprender. E quantos cremos ser superiores, por entendermos disso ou daquilo. E, contudo, quem verdadeiramente se dedica a aprender, descobre que quanto mais aprende, mais há a ser pesquisado, descoberto.
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs.
O planeta Terra é o grande laboratório Divino em que provamos a dor, a alegria. Em que nos extasiamos ante a manhã que se espreguiça e nos encantamos com a riqueza das pessoas.
Cada uma com seu talento especial, sua forma de ser, de agir em nossas vidas.
E, neste planeta de provas e expiações, com quantas delícias nos agracia Deus. Sabores de frutas, consistências inúmeras.
É preciso tudo provar. Aprender a degustar, reconhecendo o sabor de cada fruta, do trigo transformado em pão, do grão triturado, moído, servido com aroma de café.
Mas é preciso o amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, continua cantando o inspirado poeta.
Sim, o amor nos é imprescindível porque fomos criados e somos mantidos pelo amor de Deus, trazendo essa essência Divina em nossa intimidade.
E somente sorri, num mundo de tanta perversidade ainda, quem já descobriu o segredo da vida na Terra, que se chama oportunidade e progresso.
Por isso, cada um de nós compõe a sua história. E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.
E, como todo mundo ama, todo mundo chora, não esqueçamos que um dia a gente chega, no outro vai embora.
A vida é transitória. Aproveitemo-la, ao máximo, vivendo com a família, os amigos. Produzindo na sociedade, deixando nossas marcas de luz para, como alguém já falou, quem venha atrás, possa dizer: Por aqui passou um ser iluminado. Uma estrela...
Redação do Momento Espírita.
Em 23.08.2012.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MINHA VERDADE

ESTA FRASE DEVERIA SER ESTAMPADA NOS OUTDOORS, PELO MUNDO QUEM SABE ASSIM HAVERIA MENOS PESSOAS HIPÓCRITAS E RANCORAS.

Oportunidades diárias




Narra uma lenda chinesa que, às margens de imenso rio, vivia um pescador muito pobre.
Mal o rosto dourado da manhã se abria em sorrisos e as mãos brincalhonas da brisa matinal começavam a espalhar perfumes, ele se levantava e seguia para o rio.
As aves voavam alegres pelos ramos das árvores, em gorjeios maviosos. Mas nada disso animava Vicente, o pescador.
Ele andava lento, depois de se levantar com preguiça. Tomava o café matinal sem prestar atenção ao pão que fora servido, com carinho.
Com má vontade, naquela manhã, como em tantas outras, ele pegou suas redes de pesca, os apetrechos necessários e foi para o barco.
O dia prometia ser maravilhoso. A mãe natureza se esmerava em preparar um detalhe diferente, para que a reprise do dia anterior não fosse total. Um detalhe, afinal, é sempre muito importante.
Mas Vicente nada via. Foi resmungando para o barco. Sentou-se meio a contragosto, sempre reclamando e sentiu alguma coisa no chão. Sem olhar, apalpou com a mão direita. Encontrou uma sacolinha com pedras miúdas.
Distraído, sem ânimo para iniciar o trabalho da pesca, começou a jogar as pequenas pedras no rio, aguardando a chegada do sol.
Jogou uma a uma, divertindo-se com as ondulações que se desenhavam na superfície das águas.
Finalmente, o sol apareceu soberano, rasgando a escuridão da noite, com o seu punhal de luz.
Agora havia calor e muita luminosidade. O novo dia abriu seu manto de belezas para que todos o pudessem apreciar.
Vicente, ao pegar a última pedra, verificou que ela cintilava, refletindo os raios do sol. Examinando melhor, percebeu que se tratava de um diamante, explodindo claridade e beleza.
Levantou-se depressa e sacudiu a sacolinha. Estava vazia. Dando-se conta que jogara no rio uma imensa riqueza, Vicente se pôs a gritar, esbravejar, acusando todas as pessoas e o mundo por sua desgraça.
Sentia-se infeliz e amargurado. Perdera um grande tesouro. Jogara tudo no rio.
E, enquanto gritava e se desesperava, nem se deu conta de que ainda possuía nas mãos a última pedra preciosa.
*   *   *
Se você acordou esta manhã com mais saúde do que doença, você é mais abençoado do que o milhão que não sobreviverá esta semana.
Se você nunca passou pelo perigo de uma batalha, a solidão de uma prisão, a agonia de uma tortura, ou as aflições da fome, você está à frente de quinhentos milhões de pessoas no mundo.
Se você tem a ventura de frequentar um templo religioso, de seguir uma religião sem o medo de ser preso, torturado ou morto, você é mais abençoado do que três bilhões de pessoas no mundo.
Se você tem comida na geladeira, roupas no corpo, um telhado sobre a cabeça e um lugar para dormir, você é mais rico do que setenta e cinco por cento das pessoas do mundo.
Por tudo isso, não se esqueça de agradecer a Deus a oportunidade da vida, da saúde, da liberdade e de todas as outras bênçãos de que você desfruta.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 8, do livro Para sempre em nosso coração, de Maria Anita Rosas Batista, ed. Minas e Em prece, de autoria desconhecida.
Em 22.08.2012.

domingo, 9 de setembro de 2012

Momentos de decisão

A vida é feita de momentos, que surgem e passam. E, de conformidade com nossa decisão, darão origem aos estados de paz ou de aflição.
São os momentos de decisão feliz que nos garantem a harmonia íntima, assim como os momentos de decisão infeliz nos conduzem à amargura e à dor.
Saulo de Tarso, num momento de desequilíbrio, saiu a perseguir os homens do caminho e, num momento sublime defrontou Jesus, tomando, num momento de decisão firme, a mais notável e valiosa resolução da vida, que dele fez o perfeito Apóstolo das gentes...
Num momento de prece, Maria recebeu a anunciação da chegada do Messias...
Num momento de paz, na Terra, Jesus nasceu em singular estrebaria para mudar os rumos da História.
Num momento de confiança, Nicodemos rogou a entrevista que lhe abriu horizontes infinitos sobre a necessidade de nascer de novo...
Num momento feliz, a mulher samaritana travou o diálogo que lhe mudou o roteiro da existência...
Num momento de piedade, o samaritano tornou-se o símbolo da solidariedade por excelência...
Num momento de fé, a  mulher com hemorragia libertou-se do grave mal que a martirizava...
Num momento de irreflexão, o moço rico perdeu a oportunidade de ganhar a jornada...
Num momento de dor, a mulher adúltera encontrou a piedade do Mestre e renovou-se para avançar vida afora...
Num momento de inveja, alguns fariseus tentaram embaraçar o Senhor e se confundiram a si mesmos.
Num momento de amor, Jesus libertou o obsesso de Gadara, que padecia a cruel constrição de mentes perturbadoras...
Num momento de desequilíbrio, Judas traiu o Cristo...
Num momento de fraqueza moral, Pedro negou o Amigo...
Num momento de covardia, Pilatos lavou as mãos e perdeu a maior bênção da vida...
Num momento estóico, mulheres piedosas atestaram a grandeza do amor, acompanhando o Sublime condenado...
Num momento de loucura coletiva, os homens crucificaram Jesus...
Num momento de luz, o Mestre ressuscitou e até este momento é o Caminho, a Verdade e a Vida.
São momentos de decisão!
Há momentos na sua vida, que você não aproveita, e passa na inutilidade ou se comprometendo com os erros, que produzem aflições e dores sem conta para você mesmo.
Surgem, também, e ressurgem momentos que o convocam à liberdade, à legítima paz.
Indispensável saber utilizar as lições do Evangelho, em cada momento da existência física, a fim de poder fruir as bênçãos da vida eterna.
*   *   *
A vida lhe oferece, a cada instante, inúmeros momentos para que você tome decisões.
E cada decisão tomada, definirá seu próximo momento.
Se a decisão for feliz, seus momentos futuros lhe trarão felicidade. Se não, as horas seguintes lhe darão notícias desagradáveis.
Assim é a vida: feita de momentos... Momentos de decisão...
Que seja este, portanto, o seu momento de decisão feliz...
Redação do Momento Espírita, com base na Apresentação do livro
Momentos de decisão, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 22.12.2009.